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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Confie na orientação de Deus


Numa viagem ao Reino Unido, nossa família visitou um castelo.
No centro do jardim havia um labirinto. Fileiras e mais fileiras de arbustos, cuja altura chegava nos ombros, levavam a um beco sem saída atrás do outro. Uma passagem bem-sucedida pelo labirinto dava na porta para uma grande torre no centro do jardim. Se você olhar as fotos da viagem que nossa família tirou, verá quatro dos cinco membros em pé no topo da torre. Hum... alguém ficou no chão. Adivinhe quem foi?
Fiquei preso entre as folhagens. Simplesmente não consegui encontrar a saída.
Ah, mas então ouvi uma voz do alto. “Ei, papai!”. Olhei para cima e vi Sara, espiando por uma torreta nas alturas.
- “Você está indo na direção errada”, explicou ela. “Volte e vire para a direita.”
Você acha que eu confiei nela? Não precisava. Eu podia ter confiado em meus próprios instintos, consultado outros turistas confusos, ter sentado, batido o pé e questionado por que Deus havia deixado aquilo acontecer comigo. Mas sabe o que eu fiz? Eu ouvi. A posição privilegiada dela era melhor que a minha.
Ela estava acima do labirinto. Podia ver o que eu não conseguia enxergar.
Você não acha que deveríamos fazer o mesmo com Deus?

“Deus vive lá nas alturas dos céus” ( Jó 22.12, NBV). “O Senhor está exaltado acima de todas as nações” (Sl 113.4). Ele não é capaz de ver o que nos ilude? Ele não quer nos resgatar e nos conduzir para casa? Então devemos fazer o que Jesus fez.

Confie nas Escrituras. Duvide de suas dúvidas antes de duvidar de suas crenças. Jesus disse a Satanás: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). O verbo proceder significa literalmente “que se derrama”. O tempo verbal sugere que Deus está se comunicando de maneira dinâmica e constante com o mundo por meio de sua Palavra. Deus ainda fala!


Max Lucado, O Salvador mora ao lado

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

NÓS DESATADOS


NÓS DESATADOS

Por que me amarro neste cais?
Por que me escondo no porão?
Se o mar aberto é muito mais
E o céu aberto imensidão
Nem sei...
Por que me amarro ao verbo ter?
Por que me escondo tanto assim
Nas aparências do poder
E me encolho dentro em mim?
Se o unigênito de Deus
De seu poder se esvaziou
Mas no barquinho para os seus
O mar e o vento aquietou
Já sei!
A quem criou os céus e o mar
A quem seu próprio Filho deu
Meu coração vou entregar
Navegar, voar, ser seu.

*Wolô é poeta e compositor.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sonhos, projetos e balões

ENCHENDO BALÕES NUMA FESTA DE CRIANÇA



Numa festa para crianças, tocou-me, antes do início, encher os balões.
Os balões se comportaram muito bem. Eram rosas. Coloriram e alegram o ambiente, num aniversário de menina. Resistiram até o fim.
Ao final da festa, precisei ajudar a explodi-los. Vazios, ocupam pouco espaço. Cheios, parecem que ocupam o mundo.
Balões de festa (chamadas de bexigas, em outras lugares) são uma boa metáfora para os nossos projetos.
Quando, murchos ainda, começam a ganhar o ar de nossos pulmões, representam os nossos sonhos. Cheios, penduradas na sala, são os nossos projetos. Ao fim, sao estourados porque cumpriram seu objetivo: alegrar a festa.
Nasce o sonho, que se torna projeto, que culmina em realidade. Este é o ciclo, que precisamos renovar com novos sonhos e novos projetos.
Falhamos quando não temos projetos.
Falhamos também quando permitimos que estourem nossos balões antes do fim da festa. Precisamos, como balões, ficar no alto da sala, para que o alfinete da crítica não nos esvazie, para que o soco da amargura não nos trave, para que o ataque dos "sábios" que nada realizam não nos desanime.
Há vidas que esperam por nós. Vamos alegrá-las com os nossos balões.


Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Libertos para Amar...

   
   
A vida cristã começa quando somos libertados das prisões de nossa própria fabricação. 
O amor da cruz abre as portas da prisão da memória. 
O passado é perdoado e o futuro se abre para novas possibilidades... 
O passado não pode ser uma fonte de confiança nem de condenação
Deus dividiu graciosamente a nossa vida em dias e anos, a fim de podermos abrir mão do ontem e esperar os amanhãs... 
Somos libertados para aceitar e amar a nós mesmos como somos amados pelo Senhor. 
Isto remove os grilhões dos nossos relacionamentos.

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:36)

( Lloyd Ogilvie)

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Vai crescer?


Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.                                    2 Pedro 3:18


Todos já ouvimos alguém nos perguntar o que desejamos ser quando crescermos.  Não tem nenhum sentido a pergunta primeiro porque ainda não temos o conhecimento necessário para uma escolha tão importante, e também porque a vida dá muitas voltas e por isso ocorrem muitas mudanças. A resposta mais certa de todas é que, quando crianças temos o profundo desejo de crescer. Sim, eu quero crescer, ser “gente grande”, diria qualquer criança.
Esse é um desejo que todo novo convertido tem no afã de conhecer mais a Deus e as coisas de Deus, mas que vai perdendo a intensidade no meio de uma vida pacata e acomodada.
Somos convidados pelo apóstolo Pedro a crescer “na graça e conhecimento de nosso Salvador”. Conhecer mais de Cristo e aprofundar-se na graça, no favor, na bondade, na manifestação do amor que Ele tem para conosco. Muitos cristãos se perdem em crescer em títulos, funções, obrigações ou na listinha de “pode e não pode” da religiosidade, mas perde a oportunidade de fazer com que o caráter de Cristo se manifeste nele e através dele.
Esse é meu desafio a você amado: vamos crescer e usufruir de tantas bênçãos e de tanto compartilhar do amor de Deus para com os que Ele nos convida a amar. Esse é a pergunta: você quer crescer? Então vamos crescer juntos em Cristo Jesus!              
Seu, Pr. Eliezer



“Uma vida sem confronto não tem direção, não tem alvo; é passiva. Quando o ser humano não é desafiado, tende a vagar, andar a esmo ou estagnar." (David Augsburger)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Lutas por dentro e por fora.



Atravessou aquelas regiões, animando muito com as suas mensagens os cristãos. (Atos 20.2)
Mais de cinco anos depois de ter estado na Macedônia e Acaia (50 d.C.), Paulo se despede dos crentes de Éfeso e volta àquelas regiões. Teria visitado Filipos, Tessalônica, Bereia, Atenas e Corinto? Teria se encontrado com Lídia, com a adivinhadora e com o carcereiro em Filipos? Com as “muitas senhoras da alta sociedade” e Jasão em Tessalônica? Com os pesquisadores das Sagradas Escrituras de Bereia? Com os filósofos epicureus e estoicos, com Dionísio e Dâmaris em Atenas? Com Tício Justo e Crispo em Corinto? Teria prolongado a viagem até as regiões de Ilírico e Dalmácia (hoje conhecidas como Iugoslávia e Albânia), como se deduz de sua informação de que pregou o evangelho de Jerusalém até o Ilírico (Rm 15.19)?
O que o livro de Atos revela com certeza é que o apóstolo “atravessou aquelas regiões, animando muito com as suas mensagens os cristãos” (20.2). Outros verbos enriquecem essa informação: Paulo fortaleceu, encorajou e exortou. Fez isso detidamente e com frequência, por meio de mensagens, muitos discursos, muitas palavras, muitas alocuções e muitas exortações. A característica de Paulo é que ele ganhava almas e também cuidava delas.
Porém esse rico e abençoado ministério não foi fácil, como ele mesmo conta: “Mesmo depois de termos chegado à província da Macedônia, não descansamos nada. Em todos os lugares houve problemas, lutas com os de fora e medo no nosso coração. Porém Deus, que anima os desanimados, nos animou com a chegada de Tito” (2Co 7.5-6).
 >> Retirado de Refeições Diárias: no Partir do Pão e na Oração. Editora Ultimato.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O Pastor e os desafios da nova liturgia


O PASTOR E OS DESAFIOS DA NOVA LITURGIA.

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
João 4:23-24

Liturgia – Definição e história

Dificuldades quanto ao tema:

Nosso tema não é de fácil trato. Falar sobre Liturgia já não é costumeiro, sobre a nova liturgia mais difícil ainda pois, qual é a velha?  No meio batista é muito difícil encontrar literatura, ou ensino definitivo.

A palavra liturgia soa estranha aos ouvidos de muitos evangélicos atuais. Para eles, esse termo sugere um culto excessivamente formal, rígido e sem vida, mero tradicionalismo herdado do passado. (Alderi Souza de Matos  - Rev. Ultimato 322)

- “entre os batistas há muita diversidade nos cultos. Os batistas nunca foram rígidos quanto ao modelo de adoração coletiva. Insistimos não apenas na liberdade da eclesiologia, mas também na liturgia.”(Paul Basden, Estilos de Louvor - p.38)

- (ilust.) -"Onde está Deus? - Uma mãe com dificuldades na educação de dois filhos travessos, pede ajuda pro pastor. Esse pergunta pra um deles: - Menino, onde está Deus? O menino assustado sai correndo em busca do outro irmão e avisa: - Estamos encrencados. Deus sumiu, e eles pensam que fomos nós!



Definindo o termo liturgia:

Sila Rabello, Seminário Teológico Nazareno:
A palavra “Liturgia” vem da língua grega “Leitourgeo”. Significa um serviço feito para o povo, servir publicamente em serviço sagrado. Dentro desta palavra existem dois vocábulos: “Ergon” = trabalho. “Laós” = povo. Unindo as palavras temos “serviço ao povo”.
             (FREDERICO.Denise C.S. “O Que é Liturgia?” MK.Ed. RJ. 2005.p.23)

“Liturgia é o culto público oficial de uma igreja com o seu ritual.”
Nemuel Kessler

“Leitourgos”, no âmbito religioso, era quem se dedicava exclusivamente ao serviço do templo quer na ordem cerimonial e ritual quer na manutenção e administração do imóvel, dos móveis e dos objetos consagrados a Deus e destinados ao culto.”
                         Onézio Figueiredo, O Culto – Opúsculo II , p. 3




Rubem Amorese, em Louvor, Adoração e Liturgia,
A palavra liturgia vem do grego leitourgia, que quer dizer “função pública”, também ligada ao serviço prestado aos deuses. Adotado pelo latim medieval, o termo virou litur gia, significando culto público.
Na adoração secreta, pessoal, a liturgia não faz sentido, pois a organização das ações não requer uma ordem formal. Esta se faz necessária quando outras pessoas passam a ser envolvidas no processo. Assim, a liturgia nada mais é que uma ordem empregada ao culto público, de forma a evitar o caos que reinaria caso ela não existisse. No início da igreja cristã, ela surge rudimentar, nas reuniões dominicais nos lares, apropriando-se de elementos do culto judaico. Aos poucos, com o aparecimento das igrejas (templos),adquire elaboração mais complexa e formal, chegando a ter sua ordem publicada. Essa ordem acaba por estender-se ao calendário anual de atividades da igreja.


Necessidade da liturgia:
Rubem Amorese, em Louvor, Adoração e Liturgia,
Como em qualquer planejamento de atividades coletivas, o sentido do que se faz é importante. A liturgia tem sua importância no culto por sua função de dar sentido, de ordenar compreensivelmente as diversas etapas e os ritos que compõem um ritual.
Uma liturgia mal elaborada pode conspirar contra a beleza da celebração e prejudicar a compreensão e a participação no culto, tornando-o truncado e cansativo. Uma liturgia bem elaborada considera aspectos tanto devocionais quando de comunicação; tanto o conteúdo quanto a forma; tanto a informalidade quanto a reverência.

Vale mencionar ainda o caráter funcional da organização litúrgica. Ou seja, ela deve ser elaborada no sentido de facilitar os propósitos da celebração comunitária. Em particular, ela deve ser avaliada pela maneira como cumpre ou não três funções principais:
1) confirmação das crenças do grupo; (unidade doutrinaria)
2) reforço dos seus alvos (adoração, comunhão e ministério); e 
3) reforço da identidade comunitária e da cultura particular do grupo. (identidade, unidade denominacional)


Para  Luiz Carlos Ramos (Rev. Metodista, prof. da FaTeo, SBC) liturgia deve ser compreendida como uma vida de serviço à Causa Divina. Isso faz da liturgia um
conjunto harmonioso de palavras, gestos e expressões que orientam e desafiam a comunidade celebrante a aperfeiçoar o seu testemunho cristão. Assim, pedagogicamente, a liturgia deixa de ser mera questão formal, para exercer um verdadeiro papel profético, desafiando a cada celebrante a transformar os passos litúrgicos, contidos numa folha de papel, (ou uma parte do culto) em práticas do seu dia-a-dia.





Historia...

A Bíblia é um livro que mostra o constante mover de Deus em direção ao homem, e a resposta deste a  Deus. Nesta busca do homem, ele cultua, e assim faz uso diverso de atos litúrgicos. 

- “O Antigo Testamento destaca a importância das coisas sagradas, representadas por altares, utensílios, roupas, sacrifícios de animais, festas, comemorações, observância da lei, circuncisão, cântico dos salmos e normas para os sacerdotes que serviam no templo. (Basden, p.39)

- Muitos feitos no Antigo Testamento apontam para o serviço em busca do sagrado: como locais e construções (os montes, ou vales, o tabernáculo, o Templo, ou até a Torre, o Santuário), os encontros e reuniões (como as muitas festas instituídas, ou assembléias em praça publica), os ornamentos e vestimentas sacerdotais; os altares erigidos, ou sacrifícios oferecidos a Deus (ou deuses), os muitos detalhes sobre os alimentos, as oferendas.
- No tocante ao cultuar temos muitas canções , salmos, danças e diversos instrumentos, a leitura da Lei, as muitas orações de recitações que eram feita liturgicamente, cerimônias e ritos diversos (como a circuncisão).
- Apesar de anunciar a Soberania e Grandeza de Deus, e de declarar a comunicação com Deus, tais manifestações em geral transmitiam o distanciamento de Deus, ou a interlocução com poucos indivíduos, com muitas exigências. (Como a própria lei era o "aio", e tudo simbolizava ou apontava para Cristo, o Messias prometido).


Sabe-se que os primeiros cristãos mantinham seu costume, como judeus, de freqüentar a sinagoga, aos sábados, para ouvir a leitura da Lei, dos Escritos e dos Profetas; e que, no domingo, se reuniam nas casas para o “partir do pão” e celebrar a memória de Jesus. Porém, à medida que os cristãos foram sendo expulsos das sinagogas, passaram a concentrar no domingo a celebração da Palavra e da Mesa.

Dos relatos bíblicos e históricos, mencionados até aqui, podemos estabelecer um padrão que dá o fundamento da liturgia cristã: a Celebração da Palavra e a Celebração da Mesa.  Quase todos os relatos têm em comum o fato de terem dois focos distintos e complementares: a leitura e explicação da Palavra, de um lado, e a prática sacramental do memorial instituído por Jesus, a eucaristia, ou Santa Ceia, ou ainda a Ceia do Senhor, de outro. Pão e Palavra são, portanto, os pilares da liturgia. (Luiz Carlos Ramos - Metodista)


"O culto cristão original foi extremamente simples, constando de orações, cânticos, leituras do Antigo Testamento e das “memórias dos apóstolos”, exortações pelo dirigente, coletas em prol dos carentes e celebração dos sacramentos, em especial a Ceia do Senhor, ou Eucaristia. Logo depois, surgem fórmulas para certos elementos da liturgia, como as belas orações eucarísticas existentes em um antigo manual eclesiástico -- a “Didaquê”. Com o passar do tempo, a liturgia foi se tornando cada vez mais padronizada, sendo usada com pequenas variações em todas as igrejas. O culto tinha duas partes distintas: a Liturgia da Palavra, aberta a todos, e a Liturgia do Cenáculo, somente para os batizados." (Alderi)


Depois de Constantino, já na Idade Média, o culto cristão tornou-se ritualístico e aparatoso, perdendo a simplicidade original. Surgiram práticas desconhecidas dos primeiros cristãos, como o uso de incenso, velas, orações pelos mortos e invocação dos santos e de Maria. A língua utilizada era o latim e o celebrante dava as costas para o povo, o que dificultava a comunicação e a compreensão do culto, e evidenciava a diferença e distancia do clero e do leigo . O impacto sensorial e emocional da missa era profundo, sendo intensificado pela rica arquitetura das Catedrais e decoração dos templos. No entanto, havia pouca instrução bíblica e limitada edificação espiritual.


Os Reformadores movidos por convicções teológicas fizeram uma profunda reformulação do culto e sua respectiva liturgia. As escrituras voltaram a ocupar lugar destacado, a ceia deixou de ser um sacramento, uma ênfase no “sacerdócio de todos os crentes” implicou maior participação dos fieis no culto a Deus, inclusive com a música e uma liturgia na língua do povo. Agora, os pontos focais da liturgia eram o púlpito e a mesa da comunhão.

Hoje, muitos evangélicos abandonaram por completo formas litúrgicas de culto. Talvez isso fosse inevitável, por causa das transformações do protestantismo e da sociedade. Todavia, chegou-se a uma situação em que, em nome da liberdade e da espontaneidade, o culto se desvirtuou em muitas igrejas, sendo marcado pela irreverência, superficialidade e preocupação prioritária com as necessidades humanas, e não com a glória de Deus. Com isso, muitos crentes estão buscando igrejas que valorizam os padrões bíblicos do culto e seguem a recomendação paulina à igreja de Corinto: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (1Co 14.40).

DESAFIOS:
ALGUNS LIDERES BIBLICOS E NOSSOS DESAFIOS NA LITURGIA:
Tomarei alguns exemplos bíblicos de encontros com Deus,  que podem nos ilustrar alguns desafios que enfrentamos e nos faz refletir:


ABRAÃO:
É chamado por Deus, recebe uma grande promessa (Gn 12), é honrado com vitórias, conquistas e riquezas, mas um dia é desafiado a entregar seu bem mais precioso: Isaque, o filho da promessa (Gn 22).

Desafio:  vivemos em dias de tanto egoísmo,  de consumismo e de hedonismo que nosso desafio é mostrar o valor da entrega, O culto tem  sido lugar onde as pessoas vão buscar algo para si mesmos: favores, bênçãos, alimento pra alma, palavras de ânimo, música agradável (entreterimento) etc. É preciso ensinar a entrega (do tempo, da inteligência, dos dons, do dinheiro, da vida).
O culto deve ser primariamente uma oferta a Deus, onde exige o devotar, entregar, devolver a Ele gratidão por tudo o que recebemos durante a semana, os dias, a vida. É uma resposta a tudo que Deus é, tem sido e feito em minha vida:

Como posso retribuir ao Senhor toda a sua bondade para comigo?
Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor.
Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo.
Salmos 116:12-14
- Transliterando bem o texto, a resposta que posso dar ao Senhor por tudo o que me tem feito, é erguer a taça e brindar de júbilo e cumprir tantas promessas que fiz a Deus na hora de pedir algo. Cultuar, estar na presença de Deus é acima de tudo brindar a Ele, com gratidão de coração.


Muitas coisas atraem os meus olhos, mas poucas coisas atraem o meu coração". (Tim Reidmont)


MOISÉS:
Em MIDIÃ (Ex 3), no meio do deserto, o pastor solitário tem um encontro com Deus de um modo extraordinário. A Sarça queimava e não se consumia, a voz que atraiu, também exortou: o lugar é santo, sou um Deus santo.  

Desafio: a secularização, ou mesmo da banalização do sagrado. Não sagrado religioso ou fanático a respeito de feitos ou coisas, como o templo, os ritos, as roupas, os dias etc. Sagrado aqui de reconhecer um Santo Deus, Transcendente, que chama, fala, age, busca, que ordena sobre minha vida, que é e está acima de tudo o mais,  que merece mais que o respeito e admiração, mas toda devoção, atenção e adoração. Ele é Santo.

No meio do caminho rumo a Canaã (Ex 32 e33), Moisés conversando com Deus e recebendo os mandamentos. O povo  lá embaixo em desobediência e infidelidade, fazendo um bezerro-ídolo, e atribuindo ao ídolo o livramento que Deus tinha dado. Deus faz a oferta de dar muitos benefícios para que sigam a viagem sem Ele (anjos, terra produtiva, vitoria sobre inimigos- 33.1-3). Moisés suplica a misericórdia e a presença do próprio Deus como prioridade da missão (v.12-16).

Desafio de não perder o centro do culto e da vida: a presença do próprio Deus, mais que as bênçãos dele. Hoje o culto é voltado em grande parte para o mercado humano, e oferece proteção, curas, bênçãos, riquezas, orientações, livramentos, etc. Não é errado buscar ou desejar tais coisas, desde que não tomem o lugar do próprio Deus, não sejam o motivo de culto, de busca.

Você jamais saberá que Jesus é tudo de que você precisa, até Jesus ser tudo o que você tem". (Max Lucado)


DAVI:  2Sm 6 e 1r 15   (Mens926)
O sonho de transportar a arca da aliança para Jerusalém se transforma em pesadelo com a morte de Uzá. Mas Davi volta, aprende com o erro, faz certo, e se alegra diante do Senhor, apesar dos contrariados.
O grande desafio da obediência com alegria. O equilíbrio entre fazer o certo, e se rejubilar com isso. Uzá fez o dever de qualquer jeito, com improviso, por obrigação. Se acostumou com a arca em sua casa e agiu com monotonia, mecanicamente. Davi aprende, obedece as ordens de Deus sobre o culto, se alegra e contagia os demais com sua alegria (v.14,15). O culto não deve ser mecânico, monótono, por obrigação. Deve ser vivo, criativo, contagiante, e acima de tudo, em obediência ao que Deus deseja - o culto é dele. O exemplo do culto de Neemias (Nee 8).

ISAÍAS:  chamado e esperança (cap.6)
Uma cena de culto majestosa, mas desafiadora. Um trono, Deus no centro, serafins, pecado, santidade, chamado e dedicação. Mas a cena começa com "a morte do rei Uzias", rei temente que no fim de sua história pecou diante de Deus profanando o templo (2Cr 26). Ficou leproso. O chamado para o profeta continua assim: pregue, mas não te ouvirão, serão todos destruídos, e só restará "o toco queimado". Não desanime, a semente brotará do toco, e os evangelhos relatam deste renascer do renovo do Senhor.

Desafio:  nossos cultos devem servir para o chamado de crentes firmes e perseverantes em seu chamado, e esperançosos, mesmo em tormentas, diante de uma geração imediatista e triunfalista. Não estamos plantando alfaces, mas carvalhos (Is 61).  O nosso culto precisa fortalecer e encorajar nossos irmãos a vencerem as dificuldades e problemas e firmarem-se no Senhor, e também despertar a esperança na vida eterna, levantar os olhos e desejarem a eternidade, a amarem “as coisas que são de cima” (Cl 3.1) mais que tudo o que possamos apalpar ou segurar em nossas mãos.

Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia,
pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.
Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.
2 Coríntios 4:16-18

Encontros com Deus em situações difíceis: Midiã (deserto) ou Patmos (prisão) ou no vazio do templo em tempos de velório (Isaías): produzem esperança.

JESUS:  Jo 4.1-26
Muitos poderiam ser o exemplo de Jesus quanto ao culto e seu modo, como diante de Satanás mostrando firmeza (Mt 4), ou na transfiguração com os discípulos, mas creio que o encontro com a Samaritana é marcante quanto ao nosso tema.
O debate era sobre a forma, a hora e o lugar de adoração, ou seja, qual a liturgia certa. Jesus alcança o profundo do coração da mulher, conversa com ela, entende o seu sofrer, pede e oferece algo, relaciona-se ternamente com ela, ensina com amor, exorta com firmesa e a transforma em propagadora de sua mensagem (ela testemunha aos conhecidos de sua cidade). O cerne da mensagem de Jesus é que todo encontro com Deus se dá "em espírito e verdade".
Nosso grande desafio é não "emoldurar" o espírito e a verdade em formas, rituais, estruturas, modelos, ordens, programas, etc. Todos podem acontecer, mas são tão somente instrumentos passageiros e efêmeros do conteúdo dinâmico e poderoso do evangelho e do poder de Deus. Que culto é o certo? Conservador, tradicional, histórico, avivado, liberal? Onde, que posição, qual a roupa, com quem? Quantos? Que estrutura? Será?
O grande ensino de Jesus quanto ao encontrar com Deus e cultuá-lo, não está nas formas, nas coisas, nos modelos, mas sim, nos relacionamentos sinceros, no viver e demostrar profundamente o amor, o perdão, a longaminidade e todo o fruto do Espírito, que promove a verdade e o verdadeiro encontro com Deus. Gastamos tempo, dinheiro, atenção e tudo o mais nas formas e muitas vezes esquecemos os fundamentos. Eis o grande desafio.


Quais os desafios que temos como pastores em relação aos nossos cultos, nossa liturgia, nossos encontros com Deus?
Creio que são muitos, mas destaquei aqui:
- uma liturgia que evidencie a centralidade de Deus em nossos cultos;
- uma liturgia que promova a entrega, a consagração em vez das buscas;
- uma liturgia viva, obediente a Deus, jubilosa e criativa em cultuar a Deus e proclamar a mensagem;
- uma liturgia que desperte sentido de vida, de missão e esperança e assim ajudo cristãos a vencerem seus males;
- uma liturgia que não emoldure, enquadrade ou amarre o espírito de adoradores e não contamine a verdade que recebemos.

Que Deus nos ajude a sempre cultuá-lo dignamente

Sorocaba, 17 de Julho de 2013

Pr Eliezer Ferreira de Almeida
PIB em Santa Fé do Sul/SP





terça-feira, 4 de junho de 2013

Cantores da Noite


"Mas ninguém diz: 
Onde está Deus meu Criador, que inspira canções durante a noite" 
(Jó 35:10).


Existem dois pequenos pássaros que retratam bem o espírito da canção. Um é a cotovia que saúda o dia com música logo que acorda pela manhã. O outro pássaro é o rouxinol. Este pequeno pássaro de cores escuras, esconde-se nos arbustos e não canta muito de dia. Mas, quando escurece, ele entoa sua bela e terna canção noturna.

No reino espiritual, como no mundo natural, os cantores do dia são mais numerosos que os cantores da noite. Mas seguramente, quando cantamos em tempos de escuridão, glorificamos muito mais ao nosso Deus.

Louvar a Deus quando estamos com saúde, quando nossa família está bem, quando temos um bom emprego e muito dinheiro, é muito fácil. Mas o que dizer quando não estamos empregados, quando há problemas em casa, quando os amigos se afastam? É nesta hora que nossa fé é verdadeiramente testada. Só aqueles que estão comprometidos com Cristo são capazes de cantar durante a noite.

Mesmo que estejamos enfrentando uma longa noite escura em nossas vidas, jamais deixemos de louvar e glorificar ao Senhor. A escuridão se dissipará, o sol voltará a brilhar e o céu se tornará azul em nossa existência.

Quando confiamos em Jesus e buscamos viver em Sua presença, somos perfeitamente capazes de cantar na escuridão!

Paulo Roberto Barbosa. 

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Mt 26.30 - E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras.

At 16.25 - Pela meia-noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os presos os escutavam.

Sl 40.1 - Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.
2 Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
3 Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor.

Jz 5.12 - Desperta, desperta, Débora; desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva em cativeiro os teus prisioneiros, tu, filho de Abinoão.

Sl 32.7 - Tu és o meu esconderijo; preservas-me da angústia; de alegres cânticos de livramento me cercas.

terça-feira, 26 de março de 2013

Segunda de páscoa...



Era segunda-feira.
Jesus chega a Jerusalém. No templo, os sacrifícios, reguladas pelos cânones de então, continuam a pleno vapor, poucos dias faltando para a celebração da Páscoa.
Judeus do mundo inteiro superlotam e alvoroçam a cidade.
Jesus devia estar feliz, mas não está. Sabe o que o aguarda. Chora ao ver o que fizeram com a religião.
O que ele quer é que a religião seja um espaço de convite para a reflexão, não um lugar de troca, como se fosse um mercado. As bênçãos estão à venda, mas bênçãos compradas não são bênçãos de Deus.
Era segunda-feira.
Crianças entram correndo pelo templo, cantando. Ele se alegra.
Hoje precisamos de mais crianças correndo pelos corredores e púlpitos das nossas igrejas, tirando do sério os sérios.
Hoje precisamos de pastores que anunciam que os sacrifícios acabaram porque não conseguem nos fazer melhores; quem nos faz melhores é a graça de Deus sem custo para nós.
Hoje precisamos de homens e mulheres que adoram a Deus sem esperar nada em troca.
Era segunda-feira.
Então, a noite chegando, Jesus volta a pé para Betânia, perto dali, para descansar.
Terá dormido?


Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo
www.prazerdapalavra.com.br

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Como eu deveria ser...




Você deveria ter como objetivo criar deliberada e sistematicamente as circunstâncias que aumentam sua auto-estima em tudo o que faz. Devia viver como seja fosse a pessoa extraordinária que pretende ser em algum momento do futuro.  (Brian Tracy - Metas)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Deus trabalha incompreensivelmente!



"Pedro, porém, protestou, segurando-lhe o braço. Vendo que os discípulos hesitavam em aceitar os fatos, Jesus repreendeu Pedro: "Pedro, saia do meu caminho! Fora, Satanás! Você não tem ideia de como Deus trabalha".  (Marcos 8.32 - aMensagem)

Pedro protestou! Quem de nós não discordaria sumariamente de Jesus quando ele afirma estar caminhando para a morte para realizar a vontade de Deus? Depois de tantos atos miraculosos, de feitos extraordinários, de ensinos que derramavam o céu aos ouvintes, de provas de amor e compaixão em um homem simples, mas com tamanha autoridade. Agora ele chega e diz: vou sofrer, os homens vão me humilhar, vou morrer. Eu também protestaria.
E quando Pedro espera um reconhecimento do seu Mestre por um apoio moral, por um up-grade emocional, uma demostração clara de que confiava no seu líder, ele recebe uma repreensão aguda. A cena aparente Jesus empurrando-o e dizendo : Sai fora Pedro! Tá amarrado Satanás! E maravilhosamente Jesus declara uma verdade que custamos a entender: "Você não tem idéia de como Deus trabalha"!
Eu reconheço: eu não compreendo muitas vezes como Deus está trabalhando. Onde está Deus enquanto mães perdem seus filhos, como Deus está agindo enquanto inescrupulosos agem com maldade em cima de gente inocente, porque Deus não cala os maliciosos de dentro da igreja, o que acontece que o povo de Deus não consegue ser mais humano, mais amoroso, mais unido em torno de atos de grandeza? Bom, tem muitos momentos em que eu fico pensando que Deus deve estar de folga... mas dias depois, momentos depois, mas em tempos que eu nem me lembro mais, quando as cicatrizes de feridas já estão quase desaparecendo, aparecem os frutos dos dias maus, aparecem os cuidados ocultos de Deus, surge a força de um novo caráter no cidadão que eu já tinha desistido, mas Deus não.
Eu não sei como Deus trabalha, não entendo e muitas vezes não concordo. Mas Deus trabalha infinitamente melhor do que eu consiga compreender. Então, eu só espero e confio nele.